FILMES NOTA 01
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36 titles
- DirectorRichard ThorpeStarsRobert TaylorStewart GrangerAnn BlythIn the South Pacific islands, two brothers, one good and one bad, fight over the same girl and over a bag of pearls.26*1954 Oscar
- DirectorMichael WinterbottomStarsShirley HendersonGina McKeeMolly ParkerThere's little wonder in the working-class lives of Bill, Eileen, and their three grown daughters. They're lonely Londoners. Nadia, a café waitress, places personal ads, looking for love; Debbie, a single mother, entertains men at the hair salon after hours; her son spends part of the weekend with her ex, a man with a hair-trigger temper. Molly is expecting her first baby and the child's father acts as if the responsibility is too much for him. Eileen is bitter, complaining about her husband and the dog next door; Bill's a doormat. His West Indian neighbour offers him a drink; her own grown son locks himself in his room most of the time. Will anyone connect during this Guy Fawkes weekend?ENCONTROS E DESENCONTROS
1999 Palma de Cannes - DirectorGilles BourdosStarsRomain DurisJohn MalkovichEvangeline LillyNewly divorced lawyer Nathan Del Amico is shaken up after he meets a doctor who claims that he can sense when select people are about to die.DEPOIS DE PARTIR
- DirectorPeter GreenawayStarsRichard BohringerMichael GambonHelen MirrenAt Le Hollandais gourmet restaurant, every night is filled with opulence, decadence and gluttony. But when the cook, a thief, his wife and her lover all come together, they unleash a shocking torrent of sex, food, murder and revenge.A obra prima do inglês Greenaway passa-se num restaurante e enfoca as ambíguas relações entre os personagens do titulo. Isso permite ao cineasta tratar de temas como o amor, vingança e cobiça, culminando num banquete antropofágico. Antes disso, a fusão de tecnologias já propôs outro tipo de canibalismo - estético -, com cenários estilizados. Música e fotografia são excepcionais, mas se você não aprecia o experimentalismo do autor não há de ser este filme a fazê-lo mudar de opinião." (Luis Carlos Marten)
- DirectorNeil LaButeStarsChris RockMartin LawrenceKeith DavidA funeral ceremony turns into a debacle of exposed family secrets and misplaced bodies."Humor negro e escatológico, situações absurdas e constrangedoras, tamanho do elenco, tudo num limite jamais ultrapassado. Talvez a nota mude quando assistir ao original, mas o 7 é cabível a essa comédia, boa e eficaz, se analisada de forma independente." (Rodrigo Torres de Souza)
- DirectorRob ZombieStarsScout Taylor-ComptonTyler ManeMalcolm McDowellLaurie Strode struggles to come to terms with her brother Michael's deadly return to Haddonfield, Illinois; meanwhile, Michael prepares for another reunion with his sister.
- DirectorPeter JacksonStarsRachel WeiszMark WahlbergSaoirse RonanCenters on a young girl who has been murdered and watches over her family - and her killer - from purgatory. She must weigh her desire for vengeance against her desire for her family to heal."Peter Jackson concebe um thriller sólido, com seus elementos fantasiosos tradicionais. Talvez um tanto convencional demais para a carreira do diretor, só que isso não torna o filme pior, apenas menos brilhante." (Alexandre Koball)
"Por muito menos que isso pessoas já foram presas, torturadas, etc." (Daniel Dalpizzolo)
"Não achei que o filme se perdeu após a morte da menina: é um filme muito bonito e triste, ainda que tenha problemas de ritmo e excesso de CGs. O maior problema está mesmo no final, terrível de ruim." (Rodrigo Cunha)
"O filme resiste bem até a morte da protagonista. Após esse evento, como não há propriamente uma história pra contar, Jackson reduz sua obra à caça de um serial-killer. A mão pesada do diretor também não combina com a delicadeza que o tema exigia." (Regis Trigo)
"Após um excelente primeiro ato, Jackson se perde na falta de objetividade, com um filme que não sabe para onde vai. Algumas cenas são belíssimas, mas é tudo sem propósito dentro da trama e vazio, inclusive para os próprios personagens. Uma decepção." (Silvio Pilau)
"O que lhe falta em inteligência, sobra em inutilidade." (Junior Souza)
"Peter Jackson tenta, mas não consegue fazer filmes intensos. Se já tinha dado errado com a Trilogia do Anel, ele nem deveria ter se atrevido com esse drama raso. Mas duvido que isso o impeça de tentar de novo futuramente (que pena!)." (Heitor Romero)
"Alguém explica? Pois eu não sei porque o filme teve, pelo menos, 100 minutos a mais do que o necessário. Em que sua trama baseia-se? Até que alguém me faça um belo esclarecimento, meu adjetivo sobre a obra será "medonha"." (Rodrigo Torres de Souza)
82*2010 Oscar / 67*2010 Globo - 20101h 22mR2.6 (7K)VideoDirectorCraig MossStarsBryan CallenJessica LeeJ. Chris NewbergFollows Andy, who needs to hook up with a hottie, pronto, because he hasn't had sex in... well, forever - and his luck isn't the only thing that's hard. His equally horny teenage roommates also need it superbad, and with the help of their nerdy pal, McAnalovin' and his fake I.D., they may tap more than just a keg.O VIRGEM AOS 41 ANOS
- DirectorGiles DaoustStarsPascal DuquenneMaximilien Jouret-MaronJoe LewisWhen a strange door appears in a troubled family's house, they will have to face their darkest secrets.
- DirectorMarcus NispelStarsJason MomoaRon PerlmanRose McGowanA vengeful barbarian warrior sets off to get his revenge on the evil warlord who attacked his village and murdered his father when he was a boy.
- DirectorStephen FrearsStarsGemma ArtertonLuke EvansDominic CooperA young newspaper writer returns to her hometown in the English countryside, where her childhood home is being prepped for sale."A convergência entre HQ e cinema não dá só em filmes de herós que escondem o vazio de ideias sob camadas de decibéis. A demonstração de que o encontro pode ser divertido e, ao mesmo tempo, inteligente vem pelas mãos de Stephen Freas, nessa adaptação de Tamara Drewe, graphic novel de Posy Simmonds, por sua vez inspirada no romance Longe Desse Insensato Mundo, de Thomas Hardy. Em vez de heroína com superpoderes, a protagonista é uma jornalista que semeia paixões, traições e intrigas quando decide retomar a bucólica região rural onde nasceu. Freas, como de hábito, acrescenta ao já satírico original de Simmonds um humor que corrói nossos vícios contemporãneos, Dos cenários ao elenco, o filme propõe paralelismos entre HQ e cinema, mas não se limita a produzir um equivalente. O diálogo com características específicas da linguagem gráfica, como a divisão espacial e o uso de vinhetas, aproxima as duas artes em soluções muito mais inventivas que o mero copiar e colar." (Cássio Starling Carlos)
''Quem gosta de cinema e de HQ pode reabilitar a crença na fecundidade nas duas artes, quase sempre desperdiçada quando os poderes de super-heróis desaparecem em filmes pífios. ''O Retorno de Tamara'', adaptação feita pelo habilidoso Stephen Freas de uma célebre graphic novel britânica, faz uso de enquadramentos e da composição de espaços que evidenciam o parentesco e a complementariedade dos dois meios. A felicidade, porém, não se limita aos aspectos gráficos. A veia satírica da HQ de Possy Simmonds encontra na ironia de Frears uma perfeita cumplicidade quando se trata de demolir nosso vício contemporãneo de achar que dá para tapar vazio com excesso." (Cassio Starling Carlos) - DirectorRenny HarlinStarsStellan SkarsgårdIzabella ScorupcoJames D'ArcyIn 1947, having abandoned his faith, Father Merrin joins an archaeological excavation in Kenya, where an ancient church has been unearthed and something much older waits to be awoken.
- DirectorRichard LangStarsCharlton HestonBrian KeithVictoria RacimoA pair of grizzled frontiersmen fight Indians, guzzle liquor and steal squaws in their search for a legendary valley 'so full of beaver that they jump right into your traps' in this fanciful adventure.
- DirectorMary HarronStarsChristian BaleJustin TherouxJosh LucasA wealthy New York City investment banking executive, Patrick Bateman, hides his alternate psychopathic ego from his co-workers and friends as he delves deeper into his violent, hedonistic fantasies."A ganância, a vida pelas aparências e os sentimentos anestesiados dos Estados Unidos dos anos 80 em uma sétira afiada e precisa, que dosa bem humor, violência e cinismo - ainda que a cineasta não saiba encerrar o filme. Bale está impressionante."(Silvio Pilau)
"Um dos melhores personagens da década passada, esquizofrênico, narcisista, hedonista, viciado, preconceituoso, fútil, representa severa e fina crítica ao capitalismo e antecipa um perfil que se tornaria mais conhecido a partir de 2008." (Rodrigo Torres de Souza)
"Patrick Bateman (Christian Bale) é rico, jovem, bonito, bem vestido e educado. Freqüenta as altas rodas da sociedade, namora uma perua fastidiosa (Reese Witherspoon) e necessita veemente - assim como seus coleguinhas- de reservas nos restaurantes chiquérrimos de NY e de possuir o mais bonito e luxuoso... cartão de visita (o que rende uma das cenas mais hilárias do filme). Tudo como manda o american way of life. E é aí que a história degringola. Para preencher o vazio causado pelo individualismo exacerbado dos anos 80, nosso mocinho encontra uma simples solução: matar. Eu tenho todas as características de um ser humano. Mas nenhuma única emoção identificável, exceto ganância e aversão, revela o Calvin Klein boy. Ao deixar cair sua máscara de sanidade, o yuppie se revela um serial killer higiênico, frio e competente. Cremes esfoliantes, bronzeamentos artificiais, ternos da alta costura, 1000 abdominais diários e um apartamento luxuoso dividem o cenário com ferramentas típicas de um filme B: facões, machados, revólveres, serra elétrica e -acreditem- disparador de pregos. Em meio a banhos de sangue, a reação do público é, no mínimo, inusitada. Não se sinta culpado se você começar a rir em cenas como a que Bateman faz um memorável discurso tentando justificar a carreira solo de Phil Collins, enquanto um pobre mortal aguarda inocentemente no sofá para ser a próxima vítima. O cinema inteiro vai a baixo! É isso mesmo. Se você reparar bem, vai ver que "Psicopata Americano" pode ser uma comédia: Eu assisti com minha mãe, ela estava chorando de tanto rir! Que alívio! disse Bale. Humor negro utilizado de forma inteligente, crítica e perspicaz: "Grande parte do filme é uma sátira social... É menos violento que Coração Valente, isso eu posso te afirmar, declara a diretora Mary Harron. O que acontece em "Psicopata Americano" (American Psycho) - assim como ocorreu em Clube da Luta - é que as pessoas tendem a julgar um filme sem se aprofundar nele. Curiosamente, a violência gratuita nos cinemas não causa tanta polêmica. Mas, se ela traz consigo uma reflexão, uma crítica à sociedade, muitas vezes é ignorada. Ambos os filmes vêm a nós como um alerta, um aviso do que o consumismo desenfreado pode acarretar na mente de um ser humano. A imagem do sonho americano sendo dilacerada. O fato da adaptação do polêmico livro de Bret Easton Ellis para o cinema ser bem menos violenta que a obra original (Harron não perde tempo para mostrar os efeitos físicos dos assassinatos de Bateman) não foi suficiente para acalmar a Motion Picture Association of America - órgão que rege a censura dos filmes ianques - que invocou com uma cena de ménage à trois do assassino com duas prostitutas (e o pior é que a cena é muito mais engraçado do que picante). Violência pode, mas sexo é inconcebível! "Psicopata Americano" é um milk-shake de sarcasmo e ironia com cobertura de violência. Um sabor exótico e original que você não pode deixar de experimentar. Apesar da difícil digestão..." (Clarice Saliby) - DirectorVincenzo NataliStarsAdrien BrodySarah PolleyDelphine ChanéacGenetic engineers Clive Nicoli and Elsa Kast hope to achieve fame by successfully splicing together the DNA of different animals to create new hybrid animals for medical use.''Fui eu que não notei ou foi agora, na TV, que o "Spider", de David Cronenberg, ganhou o subtítulo de Desafie Sua Mente? De todo modo, não faz sentido. Spider é um homem que sofre, cuja vida configura uma teia intrincada em que cujos fios deve se sustentar. Quem entende o Homem-Aranha e seu drama está, portanto, em condições de compreender "Spider" -não de gostar, necessariamente. O certo é que esse tipo de expediente (títulos ou subtítulos enganosos) é uma tradição no mercado exibidor brasileiro e, se tende a enganar uns tantos espectadores, ao menos levará para dentro do cinema (ou TV) alguém capaz de se enturmar nas loucuras de Cronenberg, estranhas sempre, às vezes quase indecifráveis, mas nunca pernósticas." (* Inácio Araujo *)
- DirectorAgustí VillarongaStarsFrancesc ColomerMarina ComasNora NavasIn the harsh post-war years' Catalan countryside, Andreu, a child that belongs to the losing side, finds the corpses of a man and his son in the forest. The authorities want his father to be made responsible of the deaths, but Andreu tries to help his father by finding out who truly killed them. In this search, Andreu develops a moral consciousness against a world of adults fed by lies. In order to survive, he betrays his own roots and ends up finding out the monster that lives within him.PÃO NEGRO
- DirectorGus Van SantStarsMichael PittLukas HaasAsia ArgentoA Seattle musician's life and career are reminiscent of those of Kurt Cobain.ÚLTIMOS DIAS
2005 Palma de Cannes - DirectorDavid Gordon GreenStarsDanny McBrideNatalie PortmanJames FrancoWhen Prince Fabious's bride is kidnapped, he goes on a quest to rescue her... accompanied by his lazy useless brother Thadeous.''Lá pelas tantas, o coitado do espectador só espera a entrada em cena da oscarizada Natalie Portman para decidir se insiste ou desiste das piadas murchas da comédia ''Sua Alteza?''. Depois de afundar nas bilheterias americanas, o lançamento diretamente em DVD indica que nem a distribuidora pôs fé na bomba. Pudera! Desde o projeto, nada parece promissor: parodiar o imaginário de games como Dungeons & Dragons inserindo humor grosseiro e escatológico que, supostamente, diverte o público adolescente. No final, tentar dar um upgrade com batalha cheia de efeitos especiais. O prestigiado diretor David Gordon Green reuniu a dupla James Franco e Danny NcBride, que até teve graça em Segurando as Pontas, seu longa anterior. Mas dessa vez o filme bate tanto quanto um baseado que não acende.'' (Cassio Starling Carlos)
"Eu sempre falo sobre paródias, não é verdade? Quem acompanha minhas críticas sabem que temos dois tipos básicos: aquelas paródias bobas, que só querem fazer piadas do máximo de filmes possíveis e aquelas inteligentes, que além de esculhambar com os clichês, conta uma história e surpreende em seu nível de qualidade. Pois preparem-se, está chegando uma das melhores paródias que eu já assisti em toda a minha vida. Com vocês, "Sua Alteza"! A história segue dois irmãos, Thadeous e Fabious, que têm que se unir para livrar uma donzela de uma terrível profecia. O problema é que Thadeous nunca participou de uma missão e não entende nada de luta. No meio de sua jornada, ele terá que aprender a se comportar como um homem e ajudar seu irmão a resgatar sua noiva. Mas como toda jornada, o caminho está repleto de traidores, criaturas sobrenaturais, aprendizado e muitas mortes. Quem curte? Eu estou até agora descontrolado, não consigo parar de rir. Não, eu não estou enfeitiçado pela magia Disney e nem estou chapado. É tudo culpa deste filme! Vocês não imaginam como ele é engraçado. Já no começo somos brindados com um prólogo bem interessante, que mostra perfeitamente o que esperar ao longo do filme. Na cena, temos um mago tentando sacrificar uma jovem e quando ele está no meio de seu discurso, é atingido por uma flecha. Logo dá para perceber a quebra de clichês, mostrando que o filme irá surpreender a todo o momento. E não é para menos, temos muitas reviravoltas e situações hilárias. Os personagens são muito carismáticos. Desde o mimado Thadeous, que é meio egoísta no começo, mas consegue recuperar a simpatia do público na segunda metade, até o seu irmão, que é o símbolo do clichê, com suas frases prontas. É muito engraçado as situações que expõem sua homossexualidade. Afinal, quem pode dizer que foi molestado por um mago anão alienígena (!!)? O lado do mal também ganhar um personagem de peso. O vilão é um dos melhores personagens, com suas frases sobre sexo. As cenas entre ele e a sua prisioneira são ótimas. "Se a sua vagina funcionar tão bem quanto a minha mão, vou ficar numa boa", solta o mago depois que a donzela levanta uma questão sobre o seu pênis. E não fiquem chocados com isso, temos cenas muito piores. Dentre a principal delas, temos um personagem que é estuprado pelo Minotauro. Eu consegui rir e ficar chocado ao mesmo tempo! E o Thadeous tentando arrancar minha lembrança do Minotauro? Ah, o presentinho traz várias piadas incríveis. E não fique pensando que não há violência no filme só por ele ser engraçado. Muito pelo contrário, temos mais cenas sangrentas do que em muito filme de terror que se preze. Destaco a cena da criatura-dedo, que faz muitas vítimas, uma delas usando ácido (a Python mandou oi). E o melhor, é neste momento que a personagem da Natalie Portman se revela no filme, em uma cena de tirar o fôlego. Para quem gosta de filmes engraçadinhos que não têm medo do que o espectador pensa e os choca em todos os momentos, este filme é indicado para você. Mas se você é puritano, quer ver um filme com a família, nem chegue perto desta baixaria. A maioria das piadas envolve sexo e temos algumas cenas realmente chocantes (no sentido sexual). Nada explícito, mas eu não exibiria isso numa igreja. Vocês gostam de paródias? Então assistam logo, porque Sua Alteza é uma ótima pedida." (Nefferson Ribeiro) - DirectorJean-Luc GodardStarsMireille DarcJean YanneJean-Pierre KalfonA surreal tale of a married couple going on a road trip to visit the wife's parents with the intention of killing them for the inheritance.WEEKEND A FRANCESA
"Paródia deliciosa da sociedade francesa, diminuída por intermináveis e aborrecidos (e extremamente vazios e óbvios) discursos políticos." (Alexandre Koball)
"Uma das últimas obras tocantes de Godard. Embora já apresente características esquerdistas, que seriam marcas regitradas dali pra frente em sua carreira, sua força maior ainda se encontra na beleza do cinema vanguardista da nouvelle vague." (Heitor Romero)
"Absurdo cortazariano, Godard, caos... O Filme!" (David Campos)
Uma viagem interminável. Planos sequência enfáticos. A balbúrdia de Godard." (Marcelo Leme)
"Nos anos 60, parecia fazer sentido que "Week-end" fosse chamado de "Week-end à Francesa". Afinal, aqui ainda não tínhamos entrado na era do turismo de massa e a idéia de um filme em que se passa a maior parte do tempo em congestionamentos de estrada parecia mais do que tudo um exotismo. Bem, ao menos para nós a idéia hoje soa bastante familiar - até demais. Godard encara o tema com, até onde vai a memória, certo cinismo.A ver, os letreiros finais. Fim do filme, diz o primeiro. Fim do cinema, diz o segundo. Talvez seja um tanto apocalíptico, mas a civilização do automóvel e, por conseguinte, do lazer de fim de semana variado, se não foi o fim do cinema, foi, em todo caso, o fim de uma idéia do cinema. Depois veio o blockbuster." (* Inácio Araujo *)
“Weekend à Francesa” (Weekend, França, 1967) tornou-se conhecido por cinéfilos do mundo inteiro por causa de um plano-seqüência espetacular. Antes mesmo de Jean-Luc Godard completar a obra, revistas do mundo inteiro comentavam o longo travelling lateral, em que a câmera acompanhava um congestionamento de aproximadamente 300 metros, sem cortes, percorrendo toda uma auto-estrada francesa. Godard precisou de uma autorização especial do governo francês para enfileirar 100 automóveis e filmar a tal cena. Ela impressiona mesmo, mas é o motivo errado para chamar a atenção das pessoas, já que o filme é um dos mais políticos e radicais da carreira do diretor mais iconoclasta da história do cinema. Na época do lançamento, Godard era o cineasta-referência de todos os demais cineastas, o homem que estava revolucionando a linguagem clássica dos filmes. Ele criara uma nova técnica de edição (o jump cut – cortes que rasgavam a continuidade espaço-temporal dentro das cenas de modo radical), inseria a metalinguagem e empurrava as fronteiras do cinema narrativo. Com “Weekend à Francesa”, Godard não apenas se inseria dentro do contexto dos protestos estudantis que culminariam com os eventos em maio de 1968, em Paris, mas também rompia de vez com as narrativas convencionais, criando uma alegoria alucinada que anunciava o apocalipse (causado, é claro, pelos hábitos consumistas do capitalismo) e o retorno do ser humano à barbárie. No início, o filme até tenta manter uma unidade narrativa mais próxima do convencional. A história acompanha um casal, Roland (Jean Yanne) e Corinne (Mireille Darc), tendo uma longa e explícita conversa a respeito de sexo extraconjugal. Eles decidem pegar o carro e viajar até a casa dos pais dela, mas a viagem nunca chegará até o final – porque Godard decide transformá-la numa metáfora para o fim da civilização como a conhecemos, devido aos hábitos consumistas gerados pela educação capitalista. Aí o filme vira um road movie aloprado, repleto de carros incendiados, cadáveres jogados na estrada, figuras históricas redivivas e terroristas canibais. Parece loucura? E é. Na época do lançamento original, quando os filmes de Godard lotavam cinemas em todo o mundo com jovens ávidos por transgressão, “Weekend à Francesa” provocou verdadeiros pandemônios. O desbunde comportamental visto na telona freqüentemente ultrapassava a fronteira da ficção, sendo reproduzido na platéia de forma quase literal: gritarias, tumultos e cenas de violência se espalharam pelas salas de projeção como um rastro de pólvora (não por acaso, a revista Premiere elegeu “Weekend à Francesa” um dos filmes mais perigosos de todos os tempos). Tudo isso impulsionou Godard ainda mais rumo ao experimentalismo radical, uma trilha que levaria ao isolamento quase completo em meados dos anos 1970. O longa-metragem em si é extremamente bem filmado, com um trabalho maravilhoso do grande Raul Coutard, o fotógrafo que colaborou com Godard durante toda a primeira fase da carreira do mestre francês. Além do travelling pioneiro, há pelo menos mais um plano-seqüência fenomenal, em que a câmera traça um giro de 360 graus em torno de uma cena fulminante, na qual um pianista que dá carona ao casal discursa sobre a importância de Mozart para a música contemporânea. No roteiro, Godard vira uma metralhadora giratória disparando em todas as direções, pontuando o filme com impropérios metalingüísticos (que filme podre! Tudo o que encontramos é gente doida!, diz Roland em certo momento) e diatribes dirigidas a tudo e a todos (Estou aqui para informar o fim da era da linguagem e o início da era das extravagâncias, especialmente no cinema, vocifera outro personagem). É uma influência-chave para Clube da Luta (1999). Cinema agressivo, engajado e esparrento." (Rodrigo Carreiro)
"Na época, muitos consideraram o fim-de-semana de Weekend o canto do cisne, o limite total da sintaxe godardiana. Limite este que o próprio não tardou a transpor. Mas estes que consideraram tais limites, em verdade, já não suportavam À bout de souffle. Falo desta instituição que se arrasta: a "crítica cinematográfica". Falo pela boca destes muitos críticos. Pois não se puseram a rir com as estripulias de um casal de gente indiferente, burgeoise de verão. E os carros? Os jornais da época fizeram o marketing: "o maior travelling da história do cinema, cerca de 300m; Godard recebe o aval do governo francês para enfileirar cem carros". Para quê? Os carros ou a marca dos carros, ou o consumo das marcas de carros, ou a civilização que consome marcas de carros e os queima ao léu. José Lino Grünewald, um dos poucos que enxergaram longe na época, coloca os carros de Weekend em posição privilegiada na estrutura do filme. O carro é o signo que, transposto, nos conduz às nem sempre óbvias, porém fecundas, críticas de Godard à violência. Violência dos parâmetros burgueses que atribuem à vida o valor total da moeda, dos bens de consumo e do conforto. Violência asseptizada pela mídia, cuja redenção via Godard (ou melhor, via cinema), se dá por um banho de sangue, carnes e carros queimados, numa improvável visão do apocalipse. Curiosamente, o impagável canibalismo tardio, como paroxismo do afã moderno, não ultrapassa em deboche, um dos momentos de memorável destruição. O único arrependimento do casal, quando eles queimam um filósofo e se admiram: "não estamos indo longe demais?" Godard ri e mais uma vez joga o script fora, sem perder de vista que, trinta anos depois, Weekend portaria a mesma força crítica." (Bernardo Oliveira)
O apocalipse de Godard.
"Weekend à Francesa" marca a transição de Jean-Luc Godard de sua participação na Nouvelle Vague para a fase posterior, de veia marxista. Foi lançado um ano antes do emblemático maio de 68, e com este filme Godard provocaria, mais uma vez, reações diversas nos espectadores. Causou polêmica com suas observações sobre o mundo, impressionou por sua ousadia e transgressão formal e também pelos experimentos técnicos insanos. Para filmar o plano-sequência que percorre através de um travelling longuíssimo um engarrafamento de mais de cem automóveis, pelo qual o filme geralmente é lembrado, Godard precisou da autorização do governo francês para fechar uma rodovia – e o resultado dessa empreitada, além de seu primor estético, também sintetiza muito desse grande filme. Encontramos aqui um mundo em colapso. Antes de qualquer coisa, Godard nos lança em direção ao colapso dos relacionamentos humanos. Logo nos primeiros minutos, um casal sentado à cama conversa sobre sexo. A mulher, em um contra-luz belíssimo, relata ao marido algumas experiências sexuais suas durante uma viagem. Trepei com fulano, trepei com ciclano e sua mulher, trepei e trepei. O marido a ouve com a maior frieza do mundo. Posteriormente, durante a viagem que dá forma à trama, compreendemos o por que. Todos, em Weekend à Francesa, trepam e trepam e falam de suas trepadas de uma forma tão impessoal e desestimulante que, ao final do filme, o sexo soa como uma ação robótica. É sintomático. Godard transformou-se em símbolo da geração francesa dos anos 60, e não foi por qualquer bobagem. Se observarmos seu cinema cronologicamente, pode-se notar as transformações pelas quais a juventude francesa passava, pouco a pouco, até chegar ao fatídico movimento estudantil de maio de 68. O Demônio das Onze Horas (Pierrot le Fou, 1965) insinuava que só se poderia ignorar as amarras sociais vivendo por um amor intenso, pois a liberdade em si, um desejo de todos à época, era impossível de ser conquistada sem ser de outra forma que não a retratada na trágica e poética cena final. Era pura utopia. Mais tarde, em A Chinesa (La Chinoese, 1968), com o mundo quase explodindo e seu cinema consciente desta impossibilidade, Godard filmaria uma fuga às avessas: sem a sonhada liberdade, a juventude procurava refúgio nos livros, na política, na militância marxista. Assim voltamos a Weekend à Francesa e ao casal do início, nossos protagonistas, integrantes de um mundo onde o valor das coisas materiais muitas vezes supera o das pessoas. Ambos partem em uma viagem por rodovias cheias de signos do caos. Carros incendiados, colisões fechando o trânsito, corpos ensanguentados e vestidos com roupas multicoloridas estirados no asfalto, cadáveres que nem mesmo chocam diante de tanta frieza. O automóvel, símbolo do poder ocidental e um dos principais desejos de consumo até os dias de hoje, é utilizado por Godard para dar forma ao seu apocalipse social, que, claro, é pintado através dos exageros do consumismo e do capitalismo predatório. A atmosfera do filme se controi diante de um suposto casamento muito louco entre o cinema de George Romero, com seus filmes de zumbis, e o mestre surrealista Luis Buñuel, e suas observações sobre os costumes burgueses. Os personagens de Godard vagam pelas estradas da França numa viagem que, por mais que se ande, jamais encerra. O asfalto parece uma esteira. Ambos rodam, rodam e não saem do lugar, topando com tipos e situações absolutamente nonsenses. “Que filme ruim, tudo o que fazemos é encontrar gente doida” fala o protagonista em um momento do filme, num daqueles jogos metalinguísticos que Godard adorava. Nessa sensação de aprisionamento narrativo, percebemos que Weekend à Francesa também não deixa de representar uma auto-colisão do cinema de Godard. É sua experiência limítrofe, a arte posta à prova, o cinema implodindo em nossa frente de forma quase apoteótica - até que, em certo momento, enquanto os personagens fazem uma curva em alta velocidade, a película literalmente se rasga em fragmentos. Toda a inquietude do mundo se volta a "Weekend à Francesa" neste momento. A partir daí o filme de Godard perde o fôlego; fica estático. Nem mesmo corre no lugar. Se não sabíamos onde tudo aquilo iria chegar, ou se enfim chegaria a algum lugar, agora temos certeza: vai ficar ali, parado. A colisão dos homens consigo mesmos e com o mundo ganha contornos ainda maiores, desesperadores. Não por nada o filme, que abre com a conversa de um casal sobre sexo, encerra com canibalismo, com a mulher comendo os restos do marido como se comesse uma chuleta de porco. Os homens regressam à boçalidade, vivem em florestas, se alimentam uns dos outros. Bem-vindos às ruínas sociais de Godard. Em meio a isso, o diretor insere quantias muito maiores de discursos de esquerda do que em qualquer outro de seus filmes anteriores (em muitos momentos defendendo o marxismo com inventividade narrativa e formal, ao contrário de seus filmes posteriores, onde tudo viraria panfletagem) e vai, aos poucos, analisando os problemas do mundo. Era um prenúncio da fase marxista e da parceria com o grupo de cinema tcheco Dziga Vertov. Era o fim daquele Godard que tanto nos fez rir em Uma Mulher é uma Mulher (Une Femme est une Femme, 1961), que tanto subverteu fórmulas clássicas em Alphaville (idem, 1965) ou Bande à Part (idem, 1964), que tanto amou o cinema em O Desprezo (Le Mépris, 1963). Em "Weekend à Francesa", Godard desiste da Nouvelle Vague em tempo real e se declara um militante do mundo." (Daniel Dalpizzolo)
1967 Urso de Ouro - DirectorMarc ForsterStarsGerard ButlerMichelle MonaghanMichael ShannonSam Childers is a former drug-dealing biker tough guy who found God and became a crusader for hundreds of Sudanese children who've been forced to become soldiers."Butler consegue dar força às cenas de ação e a mensagem religiosa é facilmente dizimada pelas metralhadoras, ainda bem. A mensagem é muito forte e contundente e, embora o filme não tenha presença para mudar a cabeça de ninguém, passa seu recado muito bem." (Alexandre Koball)
"O começo é bastante apressado e, ocasionalmente, Forster derrapa nos clichês e no sentimentalismo, mas é difícil ficar imune à força da história e ao sempre interessante protagonista. Mesmo longe de genial, é um filme que cumpre bem o que promete." (Silvio Pilau)
"Melodrama puro, chato até o pastor pegar a metralhadora (um tanto absurdo e contraditório, diga-se), mas, entre outras ressalvas, propõe reflexões pertinentes, sobre solidariedade, extremismo religioso e combate à violência... com mais violência." (Rodrigo Torres de Souza)
Rambo da geração neoconservadora prega que todo ato é válido se você simplesmente acredita nele.
''Uma crítica que se fazia ao primeiro Tropa de Elite é que era um filme tão averso à teoria - o negócio de Capitão Nascimento é partir logo para a prática - que termina moral e politicamente difuso. ''Redenção'' (Machine Gun Preacher) sofre deste e de outros problemas. O drama do diretor Marc Forster (007 - Quantum of Solace, Em Busca da Terra do Nunca) conta a história real de Sam Childers, interiorano dos EUA que, depois de sair da cadeia, encontrou Cristo, largou as drogas e o crime e, influenciado por um missionário católico, partiu para a África. Em 30 anos, Childers construiu um orfanato para vítimas da guerra civil no Sudão e ganhou o apelido de "pastor da metralhadora". Críticos de Childers - como uma médica sem fronteiras que aparece no filme - enxergam nele um mercenário que responde a bala, como seus inimigos, os radicais sudaneses, aos conflitos da região. Falar de paz em uma sala é perda de tempo, diz Childers (Gerard Butler) no filme a um dos políticos do Sudão. O que soa apenas como uma reação pragmática à passividade da diplomacia no fundo revela a incapacidade do personagem de enxergar contextos e de colocar suas ações em perspectiva. Na interpretação imprecisa de Butler - o escocês está longe de passar credibilidade como um caipira motoqueiro - e na condução omissa de Forster, Childers se esvazia e se infantiliza. Logo nos primeiros embates de Childers com a realidade, ao sair da prisão, o que nos chama a atenção é a sua surpresa diante do óbvio: ele injeta heroína de noite e, na manhã seguinte, olha-se no espelho com choque, como se nunca tivesse passado por uma ressaca. Ao mesmo tempo, as elipses que o roteirista Jason Keller impõe ao filme tiram de Childers suas etapas de aprendizado, a assimilação do erro - ele passa por uma experiência, qualquer experiência, e em seguida reage em direção oposta. Ao chocar-se com as drogas, por exemplo, larga-as logo depois. Não há um processo, uma reflexão no filme sobre essas experiências. Fica claro, a certa altura, que essa opção de descomplicar o mundo é feita para encampar a visão simplista do pastor Childers - que diz em sua igreja que tudo é uma questão de ação, que tudo que você precisa é abrir a porta e deixar Jesus entrar. Daí a perplexidade do personagem diante de revezes, como na cena em que ele mata uma criança africana durante uma caçada aos radicais e, só então, o filme questiona as motivações de Childers. Não se engane com questões inseridas ao longo do filme para satisfazer uma suposta abrangência. Como em Tropa de Elite, elas existem ali para "compor um painel complexo" (o amigo largado nos EUA, o comentário sobre o capitalismo), mas se perdem na cacofonia moral de Redenção. Quando o verdadeiro Childers aparece nos créditos finais defendendo seus atos - Se você perdesse o seu filho e eu o trouxesse de volta, importaria como eu trago? - e a foto do inimigo sudanês é exposta em retrato (só falta o letreiro procura-se embaixo), fica claro que o filme corrobora mais com o caçador-de-recompensas do que com o abnegado humanitário. É possível que Childers seja muito mais complexo na vida real, mas no filme ele representa a miopia geopolítica e a indevida apropriação religiosa dos anos Bush: agir como se seus atos se justificassem, certos ou errados, porque Childers acredita nesses atos." (Marcelo Hessel)
69*2012 Globo - DirectorChristian E. ChristiansenStarsMinka KellyLeighton MeesterCam GigandetWhen college freshman Sara arrives on campus for the first time, she befriends her roommate, Rebecca, unaware that the girl is becoming dangerously obsessed with her.
- DirectorPitofStarsHalle BerrySharon StoneBenjamin BrattA shy woman, endowed with the speed, reflexes, and senses of a cat, walks a thin line between criminal and hero, even as a detective doggedly pursues her, fascinated by both of her personas.Nem os fãs da personagem conseguirão se satisfazer com essa tragédia.
''Quando as primeiras imagens de ''Mulher-Gato'' foram liberadas, pareciam até piada. Ver Halle Berry, que é uma bela mulher, naquela roupa de couro nada a ver, com chicote, fazendo poses de garotas de programa, infelizmente, já deu para sentir que estava vindo coisa ruim por aí. Só que tantas vezes esse ano eu fui ao cinema esperando tragédias e me surpreendi, até achei que Mulher-Gato pudesse seguir o mesmo caminho, mas dessa vez eu estava correto. O filme não é só ruim. É tenebroso, é uma junção de péssimas escolhas com péssimas alterações, com péssimos plágios, péssimos efeitos especiais... Tenham a noção da tragédia: Patience Phillips é uma publicitária que trabalha em uma firma de beleza de sucesso, prestes a lançar seu grande novo produto. Só que Patience descobre que os produtos de beleza que estão para entrar no mercado causam um grande dano à saúde das pessoas a longo prazo e, por causa disso, acaba morta. Então que um gato mágico, ancestral, desde as épocas egípcias, resolve devolver a vida de Patience que foi retirada, deixando que ela seja a mais nova geração de mulher gato da história, dando poderes especiais (que incluem andar na parede e usar magistralmente um chicote), assim como todas suas ancestrais receberam. Sim, você não leu errado, é isso mesmo: mais e mais gerações de mulheres gato. Imagino uma reunião dos produtores, pensando em uma maneira de deixar a personagem moderninha e que pudesse atrair os mais jovens, fãs ou não, para os cinemas. Para que se preocupar com as origens reais do personagem, como Homem-Aranha fez tão bem em ambos os filmes? Para que se preocupar com uma história se há um orçamento de 100 milhões de dólares para ser gasto em efeitos especiais e outras futilidades mais? Para que se preocupar com o nome real da personagem, Selina Kyle? Para que perder tempo se preocupando essas coisas se eles podem ganhar dinheiro com as pessoas menos exigentes, não é? Para se ter noção do quanto a história é ruim, imagine o grande vilão da trama. Está pensando que é algum monstro emocionante, algum mega vilão dos quadrinhos ou então qualquer ser que possa oferecer perigo a uma mulher gato diferente, cheia de poderes especiais? Você está enganado. O grande vilão da história nada mais é do que o casal de publicitários dono da empresa. Agora eu te pergunto, como duas pessoas de negócios normais poderiam lutar e oferecer perigo a uma heroína (ou quase) cheia de poderes especiais? Aliás, não sabia que gatos andavam nas paredes e manuseavam chicotes tão bem, belo dom que a Mulher-Gato possui, não? As escolhas de Halle parecem que são ainda piores. Além de um desnecessário e ridículo rebolado, só pra dar o tom sexy à personagem, ela ainda imenda algumas das já ruins falas com chiados de gato, transformando em algo ainda pior! Se isso não bastasse, ainda participa de algumas cenas ridículas, realmente constrangedoras, como quando ela brinca com uma bola de lã. Ao retratar o tom ambiguo da personagem, o filme soa ingênuo e desinteressante. Se a personagem principal é tão ruim, os coadjuvantes poderiam fazer algo para tentar salvar o filme da tragédia total, concordam? Pois bem, isso também não acontece. E o que é pior, os coadjuvantes conseguem estar no mesmo nível (inferior) do resto do filme: Benjamin Bratt, que faz o policial Tom pelo qual a Mulher-Gato se envolve, é inexpressivo e desnecessário à trama. Sharon Stone parece que se coloca num pedestal acima, achando que sua personagem é alguma coisa. Onde já se viu uma publicitária brigar com uma heroína de poderes especiais de igual para igual apenas por usar um creme que deixa o seu rosto duro? Lambert Wilson (de Matrix Reloaded) é passivo à toda a história e só serve para ser o dono da empresa, nada mais, pois mesmo que não houvesse o seu personagem, a história não mudaria quase nada, só teriam de arranjar uma solução para Laurel fazer as maldades dela (não duvido que fariam algo ainda pior). Se toda essa legião de personagens ruins não funcionasse, o filme ainda soa como um constante plágio de outras obras. O trailer é totalmente puxado de O Corvo, inclusive com algumas frases iguais, e a trama básica da história é uma cópia descarada do que Coringa (Jack Nicholson) fez em Batman, de Tim Burton. Lembram que o plano dele era espalhar cremes ruins para as pessoas? Pois bem, vem a pergunta: quem dirigiu essa bagunça toda então? O nome do sujeito é Pitof, um ex-supervisor de efeitos especiais metido a diretor. Seus planos são ruins, suas decisões são ainda piores e, quando tenta usar efeitos especiais, deixa tudo ainda pior. Usados em demasia, eles poderiam passar despercebidos ou empolgar se fossem bem empregados, porém eles são feios, destacam o personagem da realidade e não convencem um segundo sequer. Nem como filme de ação vale, uma vez que as cenas de lutas são chatas e desinteressantes, ficando ainda piores pela antipatia que a personagem principal provoca. Não sei se vocês perceberam, mas não toquei no nome de Michelle Pfeiffer uma vez sequer. Seria até covardia comparar as duas ‘encarnações’, pois a adaptação de Tim Burton é infinitamente superior, em todos os sentidos. Acreditem: ''Mulher-Gato'', de tão ruim, acaba sendo até didático, uma boa sugestão para estudantes de Cinema. Após conferir esse desastre cinematográfico, o jovem cineasta tem o consolo, pelo menos, de ter recebido uma autêntica aula sobre como não se fazer um filme. Constrangedor." (Rodrigo Cunha)
''Sim, existe uma proximidade entre felino e feminino. Com dores e belezas. Basta lembrar o clássico Sangue de Pantera, de Jacques Tourneur. Uma saga de encontros e desencontros com os homens que prossegue até a mulher-gato que Michelle Pfeiffer criou para o segundo Batman, de Tim Burton. O filme "Mulher-Gato" tinha tudo, portanto, para dar sequência à carreira de Halle Berry, após ela ganhar seu Oscar de melhor atriz. Mas tudo saiu ao contrário. Em vez de projetar o mito, a atenção dada à atriz apenas ajuda a enfraquecer a trama raquítica e uma personagem tão chocha que nem as disputas com a vilã Sharon Stone são capazes de salvar. E, no entanto, nota-se: Berry continua bela e boa atriz.'' (* Inácio Araujo *)
"Mais parece um daqueles filmes que parodiam outros. Uma brincadeira de muito mau gosto." (David Campos)
"Protesto! Pois concordo com os pontos levantados por David Campos, mas creio que ele tenha sido muito severo em sua avaliação." (Rodrigo Torres de Souza)
Top 200#45 Cineplayers (Bottom Usuários)
Top 100#01 Cineplayers (Bottom Editores) - DirectorLuis BuñuelStarsIrasema DiliánJorge MistralLilia PradoA partial retelling of Wuthering Heights in 19th century Mexico.ESCRAVOS DO RANCOR
Difícil não pensar num dramalhão maexicano vendo essa versão de Wuthering Heights, por este e Robinson Crusoé Buñuel mostrava-se não se sentir muito à vontade com clássicos literários nas telas. Vale pelo final." (Vlademir Lazlo)
''Luis Buñuel encaixa-se no movimento surrealista do cinema. Os surrealistas tinham como proposta a transformação do mundo, ao invés de sua interpretação. Para eles, a arte não deveria ser uma parcela de nossas experiências, mas uma síntese de todos os aspectos de nossa existência. É possível perceber esse movimento em dois filmes de Buñuel: Um Cão Andaluz e A Idade Do Ouro.
Mas o diretor não realizou apenas filmes inseridos na estética surrealista. Durante os anos 50, passou um tempo filmando no México e fazendo filmes mais comerciais. "Escravos do Rancor" faz parte desta fase mexicana do diretor, ao lado de filmes como Os Esquecidos, O Alucinado, Robinson Crusoe e outros. Mas "Escravos do Rancor" não é um filme que referencia a obra de Buñuel. Comparado com Os Esquecidos, por exemplo, é um filme fraco: foge da característica do diretor de fazer o espectador refletir após assistir a obra. A trama do filme gira em torno de um filho adotivo que era rejeitado quando criança, e volta, já adulto e rico, para vingar-se daqueles que o tratavam mal. Ele também pretende conquistar o amor de sua irmã, que já está casada. Os personagens intercalam uma paixão brutal com o desapego e a indiferença. Em alguns momentos tem-se a impressão de que o amor é tudo em suas vidas, já em outras sequências o que parece é que o que realmente importa é o egoísmo de cada um, o fato de botarem-se sempre em primeiro lugar. É possível afirmar que "Escravos do Rancor" foi uma pequena queda na filmografia do diretor, já que antes deste filme, ele já tinha feito obras brilhantes e intrigantes." (Carolina Klautau)
{Curto e cheio de tédio é o tempo de nossa vida} (ESKS) - DirectorRuggero DeodatoStarsRobert KermanFrancesca CiardiPerry PirkanenDuring a rescue mission into the Amazon rainforest, a professor stumbles across lost film shot by a missing documentary crew.HOLOCAUSTO CANIBAL
"O problema nem é a matança dos animais (El Topo também tem, e é obra-prima), ou o jeitão amador (que no máximo lhe garante algum charme), mas é mal-filmado a beça, sem falar na trilha sonora breguissima." (Vlademir Lazlo)
"Holocausto Canibal é um filme de horror a serviço do mais certeiro e cruel realismo, é materia-prima de sua própria experiência e um dos mais impiedosos e bem executados exercícios de metalinguagem/manipulação que o cinema já conheceu. Ame-o ou deixei-o." (David Campos)
É considerado o filme mais controverso de todos os tempos (eu, particularmente, não acho!).
Gravado no Amazonas e na Colômbia, no final dos anos 70.
"Perturbador, nauseante e brutal. Este filme ímpar, é um soco no estômago das pessoas que não estão preparadas para o assistir. Ruggero Deodato dirige esse shockumentarie sobre uma tribo que virou canibal. O cenário? A floresta amazônica. O filme conta a história de quatro documentaristas de tribos indígenas, que embrenham-se na selva para filmar os indígenas. Dois meses mais tarde, depois que o grupo não retorna, o famoso antropólogo Harold Monroe viaja em uma missão de resgate para encontrá-los. Ele consegue recuperar as latas de filme perdidas, que revelam o destino dos cineastas desaparecidos. Consequências: Ruggero Deodato recebeu um mandato de prisão, acusado de assassinatos em primeiro grau e crueldade com animais. Ele se livrou da primeira acusação, quando, os atores do filme apareceram em público e disseram estamos vivos. Tudo isso aconteceu por conta do contrato dos atores, onde estava expresso que eles teriam que sumir por um ano, uma forma de marketing para o filme. Ao longo de quase uma hora e quarenta minutos de filme, presenciamos cenas de canibalismo extremamente real, uma violência gráfica nunca antes vista no cinema. De fato, é um filme para pessoas de estômago forte. Também não é um filme muito fácil de se encontrar, existe apenas um site da internet que tem uma cópia para assistir on-line. Obs: Atenção para a cena em que o Dr. Monroe come o fígado de um dos índios. É bastante realista." (R. Junior)
''Quase vinte anos antes de A Bruxa de Blair, o cineasta italiano Ruggero Deodato já introduzia a ideia de um documentário fictício, divulgado de modo que a audiência não tinha como discernir seguramente os elementos encenados daqueles que eram reais. O alto nível de realismo de algumas cenas (tendo em vista os padrões da época) somado ao contrato feito com o elenco do filme proibindo a aparição destes em qualquer meio de comunicação, fez com que a película fosse confiscada dez dias após sua estreia e que o diretor fosse preso, sob a acusação de estar produzindo e divulgando filmes de snuff (filmes em que indivíduos são mortos de verdade para fins de entretenimento e lucro) . Com muito esforço Deodato conseguiu provar que nenhum ser humano foi morto ou ferido durantes as filmagens. É isso mesmo, nenhum ser humano, pois, de acordo com Deodato, sete animais foram mortos durante as filmagens, sendo que seis dessas mortes aparecem detalhadas no decorrer da história! O próprio diretor se diz arrependido destes atos, que se mostram ainda mais incoerentes tendo em vista o principal alvo de sua crítica: A incessante busca da mídia por sensacionalismo barato, passando por cima de quaisquer valores éticos ou morais. O filme narra simultaneamente dois eventos consecutivos: A história de quatro cinegrafistas norte-americanos desaparecidos durante um documentário sobre tribos canibais na região amazônica e as descobertas da expedição enviada para o resgate. Uma terrível verdade vem à tona quando o líder da expedição, o antropólogo Harold Monroe (Robert Kerman), decide assistir ao conteúdo dos rolos de filme recuperados na floresta. O interessante conceito de found footage (filmagem encontrada), até então inédito em filmes do gênero, é enormemente prejudicado por atuações sofríveis e momentos desnecessariamente extensos de violência sexual e contra os animais, tendo em vista que esta última, como já fora enfatizado anteriormente, infelizmente aconteceu de verdade. Apesar da iniciativa louvável de relativizar os conceitos da dicotomia entre selvagem/civilizado, certo/errado, a representação estética e comportamental das tribos indígenas é tão caricata, que mais se assemelha a um aglomerado de indivíduos dementes balbuciando sílabas desconexas do que a sociedades dotadas de organização, idioma e leis próprias. Tal representação seria viável em um filme com viés cômico, mas todas as evidências indicam que não era essa a intenção do diretor. A inconsistência se reflete até mesmo na trilha sonora, que alterna um belo tema principal com momentos em que parece que o compositor gravara uma criança de quatro anos se divertindo com um sintetizador. São inegáveis as contribuições de ''Holocausto Canibal'' não só com o gênero de filmes exploitation como com o próprio universo do horror, mas tais contribuições dizem muito mais respeito às idéias introduzidas no filme do que ao modo como ele foi feito. A inventividade fez do filme um clássico, mas a execução impediu que se tornasse uma obra-prima." (Boca Do Inferno) - DirectorHenry KingStarsTyrone PowerAva GardnerErrol FlynnA group of disillusioned American expatriate writers live a dissolute, hedonistic lifestyle in 1920s France and Spain.''O último encontro entre o diretor King e Power foi em 1957, quando fizeram E Agora Brilha o Sol (The Sun Also Rises), adaptação de um famoso livro de Ernest Hemingway sobre a chamada geração perdida. O papel dele era ingrato, um homem que perdeu os órgãos sexuais por causa de ferimentos na guerra e por isso não pode realizar o amor por Ava Gardner. A fita é famosa também por trazer Errol Flynn num papel diferente e muito próximo de sua vida real, como um alcoólatra mulherengo que se mete com touros e farras nas ruas de Pamplona, na Espanha. Este foi o antepenúltimo filme de Power." (Rubens Ewald Filho)